Além de mostrar o bebê, para que serve o ultrassom? Por ele, o médico acompanha a posição, os batimentos cardíacos, o crescimento e a formação da criança e descobre se há sinal de malformações e síndromes genéticas, como a de Down.
A placenta e o líquido amniótico são analisados, além do comprimento do colo do útero (menos de 2 centímetros indica risco de parto prematuro). “Pela circulação sanguínea, o médico identifica riscos de a mãe desenvolver hipertensão”, afirma o obstetra Carlos Bortoletti, coordenador do Centro de Medicina Fetal do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
Que tipos existem? Quando devo fazer?
A especialista em medicina fetal Rita C. Sanchez, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, explica:
• Morfológico: Ele se repete no primeiro e no segundo trimestres – entre a 12ª e a 14ª semana e da 20ª à 22ª. Fornece imagens detalhadas, que possibilitam rastrear síndromes, malformações e doenças congênitas. Transvaginal Feito entre a sexta e a 12ª semana, mostra o desenvolvimento e a localização do embrião, descartando o risco de uma gravidez anômala.
• Obstétrico: É o mais comum e será repetido várias vezes a fim de confirmar a idade gestacional e acompanhar a evolução do bebê e da placenta.
• Ultrassom com doppler: Acontece a partir da 32ª semana e avalia a vitalidade do bebê. Verifica o fluxo de sangue e de oxigênio para o feto e para a placenta. Indica se vai tudo bem com as artérias uterinas – alterações alertam para hipertensão ou pré-eclâmpsia.
• 3D e 4D: O 3D dá noção de profundidade, o que melhora a nitidez da imagem (nele você vê pela primeira vez as feições do filhote). Já o 4D – ou 3D em tempo real – faz uma varredura contínua do útero, permitindo acompanhar os movimentos do bebê.
O ultrassom diz que estou de seis semanas. Dá para confiar?
Sim. Quando ele é feito no comecinho da gestação (até a 12ª semana), a margem de erro é de apenas 8%. “Para determinar essa idade, medimos o comprimento do feto da cabeça até as nádegas. No primeiro trimestre, o desvio no cálculo é de três a sete dias; no segundo, já pula para de sete a dez dias; e, após a 30ª semana, salta para de duas a três semanas”, diz Sebastião Zanforlin Filho, professor do Centro de Ensino em Ultrassonografia, em São Paulo.
Pequenas malformações, como lábio leporino, aparecem?
Exames morfológicos rastreiam cerca de 90% delas, inclusive lábio leporino. Se necessário, um 3D refina o diagnóstico. “Essa tecnologia não existe só para satisfazer a curiosidade dos pais. Ajuda a detalhar malformações, o que é importante nos casos que exigem intervenção intrauterina ou logo após o nascimento”, afirma o obstetra Alberto d’Auria, do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo.